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Filha do Barro, Neta do Rio, Semente do Vale
Data
2025
A obra retrata uma mulher que carrega um jequi, instrumento tradicional de pesca utilizado pelos povos originários. O jequi é
aqui mais que um objeto: é símbolo de sabedoria, paciência e sustento. Ele evoca o espírito do rio e das culturas que
aprenderam a escutar a natureza antes de agir. Ao integrar esse elemento à peça, Augustto Ribeiro estabelece uma ponte
entre a arte popular do Vale do Jequitinhonha e os saberes indígenas — unindo sua força criativa a esses caminhos antigos com
respeito, reverência e continuidade.
Essa peça carrega em si o encontro de forças ancestrais. As mãos que a moldaram vieram do Vale do Jequitinhonha, mas a
alma que a habita também reverencia os povos originários. A mulher que carrega o jequi honra as águas e suas tradições,
evocando o rio que dá nome ao Vale.
Mais do que uma escultura, ela é um elo entre passado e presente, terra e rio, barro e espírito. A cerâmica do Vale nasce da
própria terra e guarda um profundo respeito pela natureza: cada cor utilizada é extraída do barro, cada forma é uma celebração
da matéria-prima que nos sustenta. Augustto transforma o solo em arte — a argila em memória, a queima em permanência, e
o gesto em beleza.
Modelada e pintada à mão com pigmentos naturais, a obra passa por uma queima em forno de barro à lenha, onde as cores se
transformam e ganham vida, resultado de um processo ancestral que dura horas e traz à tona a força da tradição. O artista une
sua história à matéria viva do barro, celebrando o saber que vem antes dele e que segue através dele.
Essa obra é única e carrega em si a força da ancestralidade, a delicadeza do feito à mão e o compromisso com um Brasil
profundo, que honra suas raízes e transforma tradição em caminho vivo. Ela convida à reflexão sobre nossa relação com a
natureza, o respeito ao saber ancestral e o papel da arte como elo entre gerações, especialmente a força das mulheres do Vale
que guardam e renovam essas histórias.














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