Esta obra nasce como uma homenagem à ancestralidade que sustenta todos nós. Modelada à mão em argila do Vale do Jequitinhonha, “Indígena – A Mãe do Brasil” celebra a mulher originária, símbolo de força, cuidado e continuidade da vida.

A figura da mãe, que carrega o filho com firmeza e serenidade, representa a transmissão de saberes, o afeto e a resistência. O maracá em sua mão é o instrumento que convoca a memória ancestral e a energia da terra, enquanto os colares, brincos e pinturas corporais marcam identidade, proteção e conexão espiritual.

As tintas naturais — extraídas do chão que também sustenta meu trabalho — trazem cores vibrantes que evocam a riqueza dos rituais e a beleza da cultura indígena. A cor vermelha no rosto é um sinal de força e pertencimento. As penas e flores que adornam a cabeça lembram que toda criação está enraizada na natureza.

Nesta escultura, busco reafirmar a importância de reconhecer que a história do Brasil começa com as nações indígenas. Ao modelar cada detalhe, sinto que conto não só uma história antiga, mas também um chamado para honrarmos quem veio antes e seguimos plantando respeito e dignidade.